QUEM FOI LUIS KANCYPER
Se debruçou sobre temas como o ressentimento, confrontos geracionais, adolescência, complexo fraterno, narcisismo, alteridade, pulsão de morte, ódio, amizade e amor. Teve importantes artigos publicados nas principais revistas internacionais de psicanálise sobre a clínica psicanalítica, metapsicologia e a técnica psicanalítica.
Em seu livro El Complejo Fraterno: estudio psicoanalítico (2004) elucida sobre como o complexo fraterno se apresenta na cultura, através da mitologia do relato bíblico de Esaú e Jacob. Assim como, sua apresentação no processo analítico, entendendo o Complexo Fraterno como um processo complementar à compreensão do Complexo de Édipo. Forneceu à psicanálise novas vias de entendimento da estrutura fraterna e de sua articulação com dinâmicas narcisistas e edípicas. Kancyper ainda ressaltou que o Complexo Fraterno é um conjunto organizado de desejos amorosos e hostis que a criança experimenta em relação à seus irmãos e que as marcas destes vínculos, além dos vínculos com os pais, também se apresentam na confrontação geracional, na relação com amigos e com os pares.
Em seu livro, Ressentimento e Remorso: estudo psicanalítico (1994), definiu o paciente ressentido como aquele que está “doente de reminiscências”, que não pode deixar de recordar o passado e nutre o rancor de uma amarga e arraigada lembrança, com anseios de vingança.
Além disso, Kancyper enfatizou que o importante em nosso trabalho clínico não é restituir o passado e nem o buscar para revivê-lo, mas reescrevê-lo num processo de reordenamento identificatório (2019).
Sendo assim, para que a confrontação e a historização aconteçam é necessário a admissão da alteridade e das marcas da diferença, assim o sujeito se ressignifica e reestrutura sua biografia para poder transformá-la em sua própria história.Autora: Renata Teixeira, membro associado do ESIPP.